segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Skypilot




Skypilot, Fam. 16-h, castanho, RS, 2005, por Put It Back em Ilang-Ilang por Tokatee de criação do Haras Santa Maria de Araras, reservado por seu criador correu defendendo sua farda. Corredor extremamente veloz e voluntarioso manteve-se invicto aos dois anos, líder em Cidade Jardim defendeu sua liderança e invencibilidade ao enfrentar no GP Juliano Martins o de primeira grandeza Fluke, então líder na Gávea e também invicto, transformando-se em seu algoz. Com essa vitória, levada de bandeira a bandeira, como era seu estilo em corrida, assumiu de forma inconteste a liderança 2 anos da geração 2005 e levantando o título de "Campeão - 2 anos". Existiu controvérsia quanto ao resultado dessa prova na qual houve reclamação, mas a Comissão de Corridas do J.C.S.P confirmou a vitória de Skypilot, no meu entendimento de forma acertada, pois não é possível, em minha opinião, observar ação de Skypilot que provoque de forma determinante qualquer tipo de impedimento para Fluke, o segundo colocado a 1 ¼ corpo, vencer a prova.

Put It Back.



Seu pai Put In Back em 7 apresentações obteve 5 vitórias, um segundo e um terceiro lugares, nunca estando fora do marcador, correu duas vezes aos dois anos tendo obtido nessas provas suas duas colocações; invicto aos 3 anos estreou vencendo em 1200 m por 7 ¼ corpos; no Best Turn Stakes, L, 1200 m, impôs 5 ½ sobre Windsor Castle (Remsen Stakes, G2); animal que sempre correu na primeira posição teve a sua mais importante vitória no Riva Ridge Stakes, G2, 1400 m, dirt, com parciais de :21,4;  :44,2; 1:08,2 e 1:21,30 para um recorde de 1:19,96. Sua dureza e velocidade aliadas ao fato de responder como uma das últimas oportunidades para manutenção da linhagem masculina de Man O’War certamente influenciaram para o seu aproveitamento na reprodução. Retirado na Bridlewood Farm, Ocala, Florida, se apresentou como um bom reprodutor, produzindo: In Summation, G1; Jessica Is Back, G1; Smokey Stover, G2; Yara, G2, Brave Dave, G3, Hey Bryn, G3 e Black Bar Spin, G3 (JAP).

No Brasil seus índices são 7,51% de filhos vencedores em provas Black Type e 12,12 % ganhadores e colocados nessas mesmas provas, números que o colocam como um garanhão de primeiro time, seu principal filho é o tríplice-coroado Bal a Bali, hoje garanhão na Calumet Farm; podemos destacar além de Skypilot dentre seus filhos a Felicidad Is Back (ARG), GP Selección de Potrancas, G1; Brilhantissima, GP Diana, G1; GP Margarida Polack Lara, G1 e GP Henrique Possolo, G1; Beach Ball, GP OSAF, G1; Nítido, GP Juliano Martins, G1; Rubia del Rio, GP Henrique Possolo, G1; Sol de Angra, GP Major Suckow, G1; Blind Ambition, GP Major Suckow, G1; Requebra, GP Major Suckow, G1 e inúmeros vencedores de grupo 2 e 3.

Skypilot é neto materno de Tokatee, um parelheiro que mais se destacou por sua longevidade, foi apresentado 32 vezes dos 3 aos 6 anos de idade sempre no dirt, 8 - 4 - 6, sendo sua vitória no Razorback Handicap, G3, 1700 m, sua segunda colocação no La Jolla Handicap, G3, 1700 m e terceiro lugar no Colonel F. W. Koester Handicap, G2, 1600 m seus mais expressivos resultados. Como reprodutor Tokatee seguiu o padrão da imensa maioria dos filhos de Seattle Slew, o de pecar por produzir poucos cavalos adequáveis a pista de grama, mesmo assim ainda conseguiu gerar os G1, Humbie (GP Linneo de Paula Machado) e Back Back Back (GP Juliano Martins), os G2, Icelander (GP Presidente Vargas, GP João Borges Filho, GP CPCCSP), Istar (GP Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria), Hobnot (GP Presidente do Jockey Club) e outros vencedores de G3 e Listeds. Como avô materno Tokatee vêm se apresentando de forma bem interessante, dentre seus netos destacamos além de Skypilot, a craque Daffy Girl (GP Cruzeiro do Sul, GP Diana – GV e CJ, GP Margarida Polak Lara, GP Dr. Frontin, 2. GP Brasil; Too Friendly (GP Presidente da República, GP Juliano Martins, GP Matias Machline) e Cat Thunder (3. GP Margarida Polak Lara e 5. GP Mariano Procópio).

Sua mãe Ilang-Ilang venceu 4 provas, sendo segunda colocada no GP Diana, G1; 3 GP Oswaldo Aranha, G2; 3 GP Duque de Caxias, G2, além de Skypilot produziu a “Champion 3y-old Filly” Daffy Girl, campanha acima comentada e outros 3 produtos, todos vencedores. Essa é uma linha materna introduzida no Brasil pelo Haras Santa Maria de Araras através da inglesa Cat Nap e que vêm demonstrando excelente vigor na constância em apresentar elementos de extrema qualidade, pertencentes a essa linha ventral destacamos Jolie Reine (GP Luiz F.Cirne Lima), Paris Queen (GP Henrique Possolo, GP 16 de Julho, GP Oswaldo Aranha, GP Mariano Procópio, GP Presidente Vargas), Villach King (GP Brasil, duas vezes, GP ABCCC, GP Linneo de Paula Machado, GP João Borges Filho, GP Presidente Vargas, GP Dr. Frontin, GP Presidente Arthur da Costa e Silva), Sugar Loaf, Inspirada, Fast Goer, Artedazza, Jab, Valois, Discreto Belo, Camonete, Bandido, Desejo Ousado, todos com vitórias e/ou colocações em provas de grupo, clássicos, listeds ou provas especiais.


 Skypilot em sua vitória no GP Juliano Martins.




                                                   Campanha 


2 anos

1. Grande Prêmio Jael B. Barros, 700 m, AE, Tarumã,
1. Clássico Presidente Herculano de Freitas, L, 1000 m, GM, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio Presidente José de Souza Queiroz, G2, 1400 m, GP, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio Juliano Martins, G1, 1600 m, GF, Cidade Jardim,

3 anos

2. Grande Prêmio Ipiranga, G1, 1600 m, GP, Cidade Jardim,
12. Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo, G1, 2000 m, GP, Cidade Jardim,
16. Grande Prêmio Governador do Estado, G2, 1600 m, GP, Cidade Jardim.

Obs. Ao terminar o GP Jockey Club de São Paulo Skypilot se apresentou com uma distensão muscular em sua garupa, recuperado foi levado ao GP Governador do Estado onde teve contusão na quartela, operado, voltou a sentir a antiga distensão em treinamento e foi retirado para a reprodução.




Skypilot é um dos últimos remanescentes masculinos da linhagem do lendário MAN O’WAR e com grande qualidade que o credencia com todos os méritos para reprodução. Calumet Farm ao perceber a excelência da produção de Put It Back e reconhecendo o valor dessa linha masculina, hoje, inclusive comercial, adquiriu o notável tríplice-coroado Bal a Bali para fazer parte de seu conjunto de garanhões com serviço a venda por US$ 15.000 LFSN, o terceiro mais caro dentre seus padreadores. 

Voltando a Skypilot, fora sua excelente campanha precocemente interrompida por complicações musculares na garupa, trata-se de um irmão paterno do mesmo Bal a Bali e materno da craque Daffy Girl, o que demonstra a pujança de seu pedigree e o seu vigor em classicismo. Recém iniciado na reprodução com poucos produtos estreados a partir de 2014 apresenta até a data de  hoje, um índice de 74,14% de ganhadores com 7,40% (4 elementos) vencedores em provas Black Type.

Com a pressão de marketing a partir dos 80 praticada por grupos de investidores que passaram a dominar a criação do PSI e a conduziram a se concentrar nos garanhões de suas propriedades, MAN O’WAR se encontrou entre as inúmeras linhagens masculinas que foram abandonadas como conseqüência da “lavagem cerebral” praticada por essas corporações no cenário do turfe mundial.

S.A. Aga Khan é hoje um raro exemplo que consegue conduzir em altíssimo nível sua criação sem ser subjugado por essa nefasta influência de marketing na condução das linhagens que "servem" e das que "não servem". A indústria do turfe já percebe, pela incrível quantidade de produtos que não conseguem estrear ou quebram cedo, por problemas de saúde ocasionados pelo excesso de consangüinidade sobre esse número limitado de animais, a necessidade de refrescamento das concentradas linhas de sangue da moda. E já é possível observar o inicio na busca e resgate dessas genéticas abandonadas pelos interesses comerciais.

Seguramente os apologistas desse absurdo excesso de consangüinidade vão querer demonstrar o acerto dessa política de cruzamento com exemplos de animais que deram certo sob essas condições, mas se esquecem de lembrar do bem maior número dos que nem conseguiram estrear ou mesmo mancaram aos 2 e/ou 3 anos, ocasionando severo dano a seus criadores ou proprietários. Outro aspecto que tem que ser levado em consideração é o numérico, a tempos atrás examinando lista de produtos ofertados em Keeneland em uma seqüência de 50 inscrições, TODOS apresentavam algum grau de inbreeding sobre os mesmos garanhões, obviamente que com esses tipos de cruzamentos sendo majoritariamente praticados em quase todos os centros de criação eles tem que dominar o turfe mundial, é o "óbvio ululante" como dizia o grande Nelson Rodrigues.

Esperamos que a criação nacional não perca essa rara oportunidade em utilizar um garanhão como Skypilot, com plena capacidade de se transformar em um belo continuador da raríssima linhagem masculina de MAN O’ WAR, o nosso desejo é que o criador brasileiro consiga homeopaticamente ir se livrando aos poucos do cabresto que o prende historicamente ao medíocre reprodutor importado em detrimento ao bom nacional.

Animais que possuem o estilo de correr de Skypilot, aqueles que comandam o pelotão e lutam desesperadamente para manter a sua liderança na corrida são as "jóias raras" da raça, e a partir deles, é que tem sido possível construir o competidor clássico de nossos dias.

Por seu pedigree aberto Skypilot é uma grande opção na reprodução, podendo combinar com várias linhagens, grama ou areia e velocidade ou classicismo.